Esta é uma questão muito frequente e que é realizada por imensos proprietários de carros elétricos durante os primeiros carregamentos: Devo realizar a carga da bateria completamente ou devo limitar o carregamento para 80% da capacidade total?
Muitas pessoas acreditam que o ideal é fazer um carregamento até um máximo de 80% da capacidade da bateria. Tal situação ocorre, pois existem informações que expõem que o carregamento até ao seu máximo de 100% é prejudicial à vida útil das baterias. Neste artigo o nosso objetivo é expor e transmitir através de um conhecimento assertivo, concreto e detalhado do que realmente ocorre ao carregar o seu carro elétrico.
Fazer o carregamento até 100% da capacidade da bateria é prejudicial à bateria da viatura?
Essa ideia surgiu no início da mobilidade elétrica, em pleno século XXI, quando os veículos e os carregadores ainda se encontravam nos seus estágios iniciais de desenvolvimento. Detinham sistemas de alimentação rudimentares e não continham eletrónicas de carregamento suficientemente desenvolvidas e implementadas para limitar a intensidade de corrente que nesse momento era fornecida à bateria. Sem este detalhe não era possível garantir uma eficiência de carregamento e uma segurança objetiva dessas mesmas baterias.
Atualmente os veículos elétricos limitam eletronicamente o carregamento da bateria até 80-90% de sua capacidade total, sendo possível verificar, entre as especificações técnicas, o tamanho da bateria e o tamanho útil da bateria. Essa prática permite realizar um ajuste na intensidade da corrente que entra nas baterias (e neste caso de forma automática). A tecnologia atual permite um carregamento simples e suave para a bateria. Desta feita, o carro, só por si, não permite que o carregamento seja efetuado até aos 100% e mantém um nível de intensidade moderadamente constante ao longo do tempo.
Perto do final do carregamento, a viatura entende que está a chegar ao seu limite e, de forma automática, inicia uma redução da energia de entrada, diminui a amplitude da onda e por conseguinte ocorre a diminuição de intensidade de carregamento. Essa redução automática da intensidade de carregamento está de acordo com o desenvolvimento da tecnologia e da segurança que existe atualmente para carregar de forma eficaz os veículos elétricos. Normalmente, nos 20% finais, a intensidade de carregamento é reduzida de forma drástica. É por esta razão que ocorre um significativo aumento do tempo do carregamento, percentualmente falando, aquando comparado com o início do carregamento e que absorve a energia dos 1% a 80%.
Cada modelo de carro elétrico tem as suas especificações únicas definidas na sua conceção e fabricação, contudo, é possível entender que todos eles são produzidos de acordo com uma IEC de carregamento única, a qual procura otimizar e preservar a vida útil das baterias em todos os momentos.
Tendo em conta a seguinte analogia, podemos utilizar como exemplo o processo de “encher um copo de água”. Nos instantes iniciais o caudal volumétrico é significativamente mais elevado, ao passo que na parte final, de modo a que não exista transbordo, o caudal de “enchimento” acaba por ser mais reduzido. Deste modo, as baterias carregam mais ou menos da mesma maneira com que enchemos um copo de água.
Por isso é que os 20% finais do carregamento normalmente demoram mais tempo.
Conclusão: pode completar a bateria do seu carro elétrico!
Portanto podemos concluir que é seguro realizar um carregamento até 100% da capacidade de armazenamento da bateria através do modo 2 ou modo 3 de carregamento pois o 100% que o seu carro afirma que tem não são totalmente verdadeiros na prática.
Agora que está um craque nos assuntos do carregamento dos carros elétricos, quando conecte o seu carregador ou wallbox de parede V2C lembre-se de dizer: “cheio, sff“.